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    maio 15, 2016

    O oceano no fim do caminho - Neil Gaiman


    Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
    Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.

    Gaiman é um dos mais aclamados e surpreendentes escritores contemporâneos. Seus livros, geralmente conhecidos por serem supostamente dirigidos ao público infanto-juvenil, trazem universos fantásticos, tais como Coraline, Stardust, O Livro do Cemitério e a saga de quadrinhos Sandman. Porém, mais recentemente, o autor lançou um livro que, assim como toda a sua obra, é um conto de fantasia que, apesar de parecer à primeira vista infanto-juvenil, por contar sobre a infância de seu narrador – incluindo diversos elementos fantásticos – é sobre muito mais que isso.
    Nesta obra para todas as idades (pessoalmente, o vejo como sendo mais adulto do que infantil, mas é também encantador para ser lido por leitores mais jovens), Gaiman traz, neste curto livro, profundas reflexões sobre o sentido da vida e da arte, sobre a transição entre infância e a fase adulta, a importância da literatura e sobre o conhecimento de si mesmo e do mundo, como um infinito oceano transposto em um pequeno lago. As metáforas brilhantes do livro são apenas a superfície da complexidade e lirismo contido nesta obra inovadora de Gaiman. 

    O livro contém tantas citações inspiradoras e aqui está uma seleção de  citações de O Oceano no Fim do Caminho. 

    “I make art. Sometimes I make true art. And, sometimes, it fills the empty places in my life. Some of them. Not all.”
    “Eu crio arte. Às vezes, arte verdadeira. E, às vezes, isso preenche os espaços vazios na minha vida. Alguns deles. Não todos.”

    Nesta passagem, logo no início do livro, o narrador reflete sobre a importância da arte em sua vida. Para quem já assistiu o discurso de Gaiman sobre arte, isso faz mais sentido ainda. Se ainda não o assistiu, assista!


    “I lay in bed and lost myself in stories. I like that. Books are safer than other people anyway.”
    “Deito-me na cama e me perco em histórias. Gosto disso. Os livros são mais seguros do que as outras pessoas mesmo.”

    Aqui, vemos uns dos trechos do livro com uma das mais interessantes reflexões sobre a importância da literatura, assim como uma das passagens mais citadas desta obra.

    “I lived in books more than I lived anywhere else.”
    “Vivia em livros mais do que em qualquer outro lugar.”

    Outra passagem marcada pela paixão pela literatura do narrador. Algo que leitores de Gaiman – e leitores e geral – podem vir a se identificar.

    “Small children believe themselves to be gods, or some of them do, and they can only be satisfied when the rest of the world goes along with their way of seeing things.”
    “Crianças pequenas acreditam que são deuses, ou algumas delas acreditam, e só podem se satisfazer quando o resto do mundo concorda com o seu jeito de ver as coisas.”

    Este é um dos trechos nos quais Gaiman denota a diferença entre crianças e adultos, mostrando a visão de dominar o mundo que uma criança pode ter (e geralmente tem).

    “Adults follow paths. Children explore.”
    “Adultos seguem caminhos. Crianças exploram.”

    Outro trecho brilhante onde vemos a visão de Gaiman da infância como uma época de descoberta do mundo, pois crianças, que tendem a ser mais originais e verdadeiras, exploram em vez de seguir caminhos já traçados, pois, diferentemente dos adultos, não estão cansadas do mundo ou acostumadas a uma rotina redundante.

    “I went away in my head, into a book. That was where I went whenever real life was too hard or too inflexible.”
    “Fui para longe na minha cabeça, em um livro. Era para onde eu ia sempre que a vida real ficava muito difícil ou inflexível.”

    Mais uma passagem que demonstra a importância da leitura.

    “Nobody actually looks like what they are on the inside. You don’t, I don’t. People are much more complicated than that.”
    “Ninguém se parece de verdade com que é por dentro. Você não se parece, nem eu. As pessoas são muito mais complicadas do que isso.”

    Neste trecho, Lettie Hampstock, a amiga do protagonista, o explica que a humanidade é mais complexa do que pode aparentar.

    “Grown-ups don’t look like grown-ups on the inside either. Outside, they’re big and thoughtless and they always know what they are doing. Inside, they look just like they always have. The truth is, there aren’t any grown-ups. Not one, in the whole wide world.”
    “Adultos não parecem com adultos por dentro também. Por fora, são grandes e descuidados e sempre sabem o que estão fazendo. Por dentro, parecem com quem sempre foram. A verdade é que não existem adultos. Nenhum nesse mundo inteiro.”

    Esta é uma das passagens onde um dos importantes aspectos desta obra é mais enfatizado: a diferença entre crianças e adultos e a passagem para a fase adulta – revelando que, na verdade, adultos são apenas crianças que cresceram, mas continuam os mesmos.

    “You don’t pass or fail at being a person, dear.”
    “Você não é aprovado ou reprovado em ser uma pessoa, querido.”

    Aqui vemos a sabedoria da avó de Lettie Hampstock, mostrando ao protagonista que ser uma pessoa é muito mais do que uma simples prova.

    “How can you be happy in this world? You have a hole in your heart. You have a gateway inside you to lands beyond the world you know. They will call you, as you grow. There can never be a time when you forget them, when you are not, in your heart, questioning after something you cannot have, something you cannot properly ever imagine, the lack of which will spoil your sleep and your day and your life, until you close your eyes for the final time, until your loved ones give you poison and sell you to anatomy, and even then you will die with a hole inside you, and you will wail and curse at a life ill-lived.”
    “Como você pode ser feliz nesse mundo? Você tem um buraco no seu coração. Um caminho dentro de você para terras além do mundo que você conhece. Esses caminhos vão te chamar, no decorrer da sua vida. Nunca haverá um segundo no qual você conseguirá esquecê-los, no qual você não estará procurando por algo que não pode ter, algo que você não consegue sequer imaginar direito, e a falta disto irá arruinar o seu sono e o seu dia e a sua vida, até que você feche os olhos pela última vez, até que os seus entes queridos lhe dêem veneno e o vendam para anatomia, e ainda assim você morrerá com um buraco dentro de você, e você irá lamentar-se e praguejar por uma vida mal vivida.”

    Este é um dos mais profundos e interessantes trechos desta obra. Aqui, Gaiman reflete sobre a sobrevivência no mundo quando se tem uma ânsia por algo mais, por encontrar algo, algum caminho, que se desconhece – caminho este que muitos percorrem através da arte.

     Algumas versões para a capa de O OCEANO NO FIM DO CAMINHO publicado pelo mundo.









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