Era uma vez um senhor muito, muito curioso.
Uma vez perguntou ao menino elefante o que é que ele gostava de ser, quando fosse crescido. O elefante respondeu que gostava de ser pulga.
– E porquê?
– Porque ninguém me descobria e eu fazia cócegas em quem me apetecia...
Depois, o senhor muito curioso perguntou à girafa se ela tinha algum desejo que quisesse revelar. A girafa respondeu, em segredo, que gostava de ser, ao menos uma vez, caranguejo.
– E porquê?
– Para poder andar rasteirinha, a ver o que não vejo...
A seguir, o senhor muito curioso perguntou ao coelho se sonhava e com quê. O coelho respondeu que, às vezes, lhe dava para sonhar que era lobo.
– E porquê?
– Porque se fosse lobo não tinha medo dos lobos.
Então o senhor muito curioso perguntou ao leão em que é que ele magicava, antes de adormecer. O leão respondeu que, em noites de insónia, pensava que era ovelha.
– E porquê?
– Para não me dar ao trabalho de caçar. Regalava-me com ervas e pronto... de papo para o ar!
Para satisfazer os bichos, o senhor muito curioso, que também inventava histórias como esta, resolveu organizar
um baile de máscaras. Veio o elefante mascarado de pulga, a girafa vestida de caranguejo, o coelho disfarçado de lobo e o leão de ovelha.
Nem calculam como acabou a festa!
O elefante aos saltos
deu cabo da orquestra...
A girafa, coitada,
numa frincha da porta
ficou entalada.
Mas o que mais importa
na baralhada
desta agitação
foi quando o coelho
quis comer o leão.
E o baile terminou
e a história findou
em completa confusão.
Até eu, que a inventei,
levei um encontrão!
FIM
O BAILE DE MÁSCARAS António Torrado
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