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    maio 11, 2016

    Adivinha o quanto eu te amo


     Era hora de ir para a cama, e o coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do coelho pai. Depois de ter certeza de que o papai coelho estava ouvindo, o coelhinho disse: “adivinha o quanto eu te amo!”.
     “Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar” – respondeu o coelho pai.
     “Tudo isto” – disse o coelhinho, esticando os braços o mais que podia. Só que o coelho pai tinha os braços mais compridos, e disse: “e eu te amo tudo isto!”
     “Hum,isso é um bocado” pensou o coelhinho.
     “Eu te amo toda a minha a altura” – disse o coelhinho.
     “E eu te amo toda a minha altura” – disse o coelho pai.
     “Puxa,isso é bem alto, pensou o coelhinho. Eu queria ter braços compridos assim”.
     Então o coelhinho teve uma boa ideia. Ele se virou de ponta- cabeça apoiando as patinhas na árvore, e gritou:
    “eu te amo até as pontas dos dedos dos meus pés, papai!”
     “E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés” – disse o coelho pai balançando o filho no ar.
     “Eu te amo toda a altura do meu pulo!”, riu o coelhinho saltando de um lado para outro.
     “E eu te amo toda a altura do meu pulo” – riu também o coelho pai, e saltou tão alto que suas orelhas tocaram
    os galhos da árvore.
     “Isso é que é saltar; pensou o coelhinho. Bem que eu gostaria de pular assim.”
     “Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio” – gritou o coelhinho.
     “Eu te amo até depois do rio, até as colinas.” – disse o coelho pai.
     “É uma bela distância pensou o coelhinho.” Mas, àquela altura já estava sonolento demais para continuar pensando.
     Então, ele olhou para além das c opas das árvores, para a imensa escuridão da noite e concluiu: nada podia ser maior que o céu.
     “Eu te amo até a Lua!” – disse ele, e fechou os olhos.
     “Puxa, isso é longe” – falou o papai coelho – “longe mesmo!”
     O coelho pai deitou o coelhinho na sua caminha de folhas, inclinou- se e lhe deu um beijo de boa- noite. Depois, deitou- se ao lado do filho e sussurrou sorrindo: “eu te amo até a Lua... ida e volta!”
     E você, já disputou alguma vez com seu filho quem gosta mais um do outro?
     Geralmente as disputas são em torno de questões c omo quem joga futebol melhor, quem corre mais, quem vence mais etapas no vídeo game, quem coleciona mais troféus, etc . A vida atarefada, o corre- corre, os inúmeros compromissos, por vezes nos afastam das coisas simples como sentar na cama ao lado do filho e lhe contar uma história, enquanto o sono não vem.
    Acariciar- lhe os cabelos, segurar suas mãozinhas pequenas, fazer- lhe companhia para que se sinta seguro.
     Deitar- se, sem pressa, ao seu lado quando ele vai para a cama, falar- lhe das coisas boas, ouvir com ele uma melodia suave para espantar os medos que tantas vezes ele não confessa.
     Falar- lhe do afeto que sentimos por ele, do quanto ele é importante em nossa vida. Dizer- lhe que um anjo bom vela seu sono e que Deus cuida de todos nós.
     E se você pensa que isso não é importante, talvez tenha esquecido das muitas vezes que arranjou uma boa desculpa para se aconchegar ao lado do pai ou da mãe, nas noites de temporal...
    ***
     Se, às vezes, é difícil se aproximar de um filho rebelde, considere que a sua rebeldia pode ser, simplesmente, um apelo desajeitado de alguém que precisa apenas de um colo seguro e um abraço de ternura.

    Adivinha quanto eu te amo" de Sam Mc bratney , ed. Martins Fontes .
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